Não há nada
A solidão amiga

Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem na solidão. Lembro-me de um jovem que amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir, música... Assim, aos sábados, ele se preparava para uma noite de solidão feliz. Mas bastava que ele se assentasse para que as fantasias surgissem. Cenas. De um lado, amigos em festas felizes, em meio ao falatório, os risos, a cervejinha. Aí a cena se alterava: ele, sozinho naquela sala. Com certeza ninguém estava se lembrando dele. Naquela festa feliz, quem se lembraria dele? E aí a tristeza entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga solidão. O remédio era sair, encontrar-se com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia para a festa... Mas na festa ele percebia que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um desencontro, uma impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão... A noite estava perdida.
Faço-lhe uma sugestão: leia o livro A chama de uma vela, de Bachelard. É um dos livros mais solitários e mais bonitos que jamais li. A chama de uma vela, por oposição às luzes das lâmpadas elétricas, é sempre solitária. A chama de uma vela cria, ao seu redor, um círculo de claridade mansa que se perde nas sombras. Bachelard medita diante da chama solitária de uma vela. Ao seu redor, as sombras e o silêncio. Nenhum falatório bobo ou riso fácil para perturbar a verdade da sua alma. Lendo o livro solitário de Bachelard eu encontrei comunhão. Sempre encontro comunhão quando o leio. As grandes comunhões não acontecem em meio aos risos da festa. Elas acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro. Quem ama sabe disso. É precisamente na ausência que a proximidade é maior. Bachelard, ausente: eu o abracei agradecido por ele assim me entender tão bem. Como ele observa, "parece que há em nós cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxoleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis". A vela solitária de Bachelard iluminou meus cantos sombrios, fez-me ver os objetos que se escondem quando há mais gente na cena. E ele faz uma pergunta que julgo fundamental e que proponho a você, como motivo de meditação: "Como se comporta a Sua Solidão?" Minha solidão? Há uma solidão que é minha, diferente das solidões dos outros? A solidão se comporta? Se a minha solidão se comporta, ela não é apenas uma realidade bruta e morta. Ela tem vida.
Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, essa é a que mais amo: "Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você." Pare. Leia de novo. E pense. Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você, a solidão. Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim.
Como é que a sua solidão se comporta? Ou, talvez, dando um giro na pergunta: Como você se comporta com a sua solidão? O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofrimento, uma doença, uma inimiga... Aprenda isso: as coisas são os nomes que lhe damos. Se chamo minha solidão de inimiga, ela será minha inimiga. Mas será possível chamá-la de amiga? Drummond acha que sim: "Por muito tempo achei que a ausência é falta./ E lastimava, ignorante, a falta./ Hoje não a lastimo./ Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim./ E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,/ que rio e danço e invento exclamações alegres,/ porque a ausência, essa ausência assimilada,/ ninguém a rouba mais de mim.!"
Nietzsche também tinha a solidão como sua companheira. Sozinho, doente, tinha enxaquecas terríveis que duravam três dias e o deixavam cego. Ele tirava suas alegrias de longas caminhadas pelas montanhas, da música e de uns poucos livros que ele amava. Eis aí três companheiras maravilhosas! Vejo, frequentemente, pessoas que caminham por razões da saúde. Incapazes de caminhar sozinhas, vão aos pares, aos bandos. E vão falando, falando, sem ver o mundo maravilhoso que as cerca. Falam porque não suportariam caminhar sozinhas. E, por isso mesmo, perdem a maior alegria das caminhadas, que é a alegria de estar em comunhão com a natureza. Elas não vêem as árvores, nem as flores, nem as nuvens e nem sentem o vento. Que troca infeliz! Trocam as vozes do silêncio pelo falatório vulgar. Se estivessem a sós com a natureza, em silêncio, sua solidão tornaria possível que elas ouvissem o que a natureza tem a dizer. O estar juntos não quer dizer comunhão. O estar juntos, frequentemente, é uma forma terrível de solidão, um artifício para evitar o contato conosco mesmos. Sartre chegou ao ponto de dizer que "o inferno é o outro." Sobre isso, quem sabe, conversaremos outro dia... Mas, voltando a Nietzsche, eis o que ele escreveu sobre a sua solidão:
"Ó solidão! Solidão, meu lar!... Tua voz - ela me fala com ternura e felicidade!
Não discutimos, não queixamos e muitas vezes caminhamos juntos através de portas abertas.
Pois onde quer que estás, ali as coisas são abertas e luminosas. E até mesmo as horas caminham com pés saltitantes.
Ali as palavras e os tempos/poemas de todo o ser se abrem diante de mim. Ali todo ser deseja transformar-se em palavra, e toda mudança pede para aprender de mim a falar."
E o Vinícius? Você se lembra do seu poema O operário em construção? Vivia o operário em meio a muita gente, trabalhando, falando. E enquanto ele trabalhava e falava ele nada via, nada compreendia. Mas aconteceu que, "certo dia, à mesa, ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção ao constatar assombrado que tudo naquela casa - garrafa, prato, facão - era ele que os fazia, ele, um humilde operário, um operário em construção (...) Ah! Homens de pensamento, não sabereis nunca o quando aquele humilde operário soube naquele momento! Naquela casa vazia que ele mesmo levantara, um mundo novo nascia de que nem sequer suspeitava. O operário emocionado olhou sua própria mão, sua rude mão de operário, e olhando bem para ela teve um segundo a impressão de que não havia no mundo coisa que fosse mais bela. Foi dentro da compreensão desse instante solitário que, tal sua construção, cresceu também o operário. (...) E o operário adquiriu uma nova dimensão: a dimensão da poesia."
Rainer Maria Rilke, um dos poetas mais solitários e densos que conheço, disse o seguinte: "As obras de arte são de uma solidão infinita." É na solidão que elas são geradas. Foi na casa vazia, num momento solitário, que o operário viu o mundo pela primeira vez e se transformou em poeta.
E me lembro também de Cecília Meireles, tão lindamente descrita por Drummond:
"...Não me parecia criatura inquestionavelmente real; e por mais que aferisse os traços positivos de sua presença entre nós, marcada por gestos de cortesia e sociabilidade, restava-me a impressão de que ela não estava onde nós a víamos... Distância, exílio e viagem transpareciam no seu sorriso benevolente? Por onde erraria a verdadeira Cecília..."
Sim, lá estava ela delicadamente entre os outros, participando de um jogo de relações gregárias que a delicadeza a obrigava a jogar. Mas a verdadeira Cecília estava longe, muito longe, num lugar onde ela estava irremediavelmente sozinha.
O primeiro filósofo que li, o dinamarquês Soeren Kiekeggard, um solitário que me faz companhia até hoje, observou que o início da infelicidade humana se encontra na comparação. Experimentei isso em minha própria carne. Foi quando eu, menino caipira de uma cidadezinha do interior de Minas, me mudei para o Rio de Janeiro, que conheci a infelicidade. Comparei-me com eles: cariocas, espertos, bem falantes, ricos. Eu diferente, sotaque ridículo, gaguejando de vergonha, pobre: entre eles eu não passava de um patinho feio que os outros se compraziam em bicar. Nunca fui convidado a ir à casa de qualquer um deles. Nunca convidei nenhum deles a ir à minha casa. Eu não me atreveria. Conheci, então, a solidão. A solidão de ser diferente. E sofri muito. E nem sequer me atrevi a compartilhar com meus pais esse meu sofrimento. Seria inútil. Eles não compreenderiam. E mesmo que compreendessem, eles nada podiam fazer. Assim, tive de sofrer a minha solidão duas vezes sozinho. Mas foi nela que se formou aquele que sou hoje. As caminhadas pelo deserto me fizeram forte. Aprendi a cuidar de mim mesmo. E aprendi a buscar as coisas que, para mim, solitário, faziam sentido. Como, por exemplo, a música clássica, a beleza que torna alegre a minha solidão...
A sua infelicidade com a solidão: não se deriva ela, em parte, das comparações? Você compara a cena de você, só, na casa vazia, com a cena (fantasiada ) dos outros, em celebrações cheias de risos... Essa comparação é destrutiva porque nasce da inveja. Sofra a dor real da solidão porque a solidão dói. Dói uma dor da qual pode nascer a beleza. Mas não sofra a dor da comparação. Ela não é verdadeira.
Rubem Alves
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quinta-feira, 24 de julho de 2008

A UM AUSENTE

tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste
Carlos Drummond de Andrade
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terça-feira, 22 de julho de 2008

O amor!!
Francisco diz:
tenha amor, ainda mais, assim não ficara mais com raiva
daiane diz:
a eu queria ta do teu lado e não posso
Francisco diz:
eu queria esta contigo por todo o tempo
daiane diz:
um dia agente vai ta junto
Francisco diz:
Isso espero,
daiane diz:
você é o único pelo qual eu enfrentaria até meus pais
Francisco diz:
Eu estaria contigo pra enfrentar...
te amo!
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sábado, 19 de julho de 2008

A questão do tempo

Tanto esforço. Tanta preparação. Tanto estudo. Tudo perdido por um atraso mínimo de segundos.
O pedestre observa o sinal vermelho, mas decide atravessar correndo porque está atrasado para um compromisso.
Freada brusca. Susto. Talvez ferimentos graves. Tudo por questão de um segundo de precipitação.
O funcionário chega correndo, esbaforido, bate o cartão e vai para seu local de trabalho.
Ali, precisa de alguns minutos para se recompor. Subiu as escadas correndo, porque os elevadores estavam lotados e ele não desejava se atrasar, a fim de não ter descontados valores ao final do mês em seu salário.
Desculpas se sucedem a desculpas. Não deu tempo. Não foi possível chegar. Perdi o ônibus. O trânsito estava terrível na hora em que saí.
Tempo é nossa oportunidade de realização, que devemos aproveitar com empenho.
A nossa incapacidade de planejar o tempo provoca a desarmonia e toda a série de contratempos.
O tempo pode ser comparado a uma moeda. Se tomarmos de uma porção de ouro e cunharmos uma moeda, poderemos lhe dar o valor de um real.
Este será o valor inscrito mas o valor verdadeiro será muito maior, representado pela quantidade do precioso metal que utilizamos.
As moedas do tempo têm uma cunhagem geral, que é igual para todos: um segundo, um mês, um ano, um século. Mas o valor real dependerá do material com que cunhamos o nosso tempo, isto é, o que fazemos dele. Para um correto aproveitamento desse tesouro que é o tempo, é preciso disciplina.
Para evitar correria, levantemos um pouco mais cedo. Preparemo-nos de forma mais rápida, sem tanta "enrolação".
Deixemos, desde a véspera, o que necessitaremos para sair, mais ou menos à mão, evitando desperdícios de minutos a procura disto ou daquilo.
Se sabemos que o trânsito, em determinados horários, está mais congestionado, disciplinemo-nos e nos programemos para sair um pouco antes, com folga.
Esses pequenos cuidados impedirão que percamos compromissos importantes, que tenhamos de ficar sempre criando desculpas para justificar os nossos atrasos, que tenhamos taquicardia por ansiedade ao ver o relógio dos segundos correr célere, demarcando os minutos e as horas.
Na órbita das nossas vidas, não joguemos fora os tempinhos tantas vezes desprezados.
Aproveitemos para escrever um ligeiro bilhete de carinho a alguém que esteja enfrentando momentos graves.
Telefonemos a um familiar ou amigo que não vejamos há muito tempo.
Cuidemos de um vaso de planta. Desenvolvamos idéias felizes para fazer o bem a alguma pessoa que saibamos necessitada.
Valorizemos os minutos para descobrir motivos gloriosos de viver, para aprender a amar a vida e iluminar o nosso caminho.
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sexta-feira, 18 de julho de 2008

UMA RAZÃO PARA VIVER
Por que você nasceu? Já se fez essa pergunta alguma vez?
Se já pensou sobre isso e ainda não teve resposta, preste atenção na história que vamos contar.
Trata-se de uma velhinha que havia perdido toda sua família na guerra. Vendeu a grande casa que possuía e morava agora num pequeno cômodo no canto da sua antiga propriedade.
Um dia ela soube que um jovem de 17 anos tentara o suicídio jogando-se no mar.
O rapaz era metade negro, metade japonês, e fora salvo pela polícia contra sua vontade. Estava cheio de ódio, revolta e total desespero.
A velhinha foi à polícia e pediu permissão para ver o moço. Tendo em conta a pessoa que era, os policiais a deixaram falar com ele.
- Menino, disse ela. O rapaz voltou-lhe a face mas permaneceu sentado, feito pedra, indiferente a tudo e a todos.
A velhinha tornou a falar-lhe, suavemente, lentamente, e com muito carinho:
- Menino, então você não sabe que veio ao mundo para algo maravilhoso, que só você pode fazer?
Depois de ter repetido isso várias vezes, Jorge voltou-se subitamente para ela e perguntou com ironia:
- Um negro? Um filho que não tem pais?
Calmamente a velhinha insistiu:
- Porque é negro, porque não tem pais, é que pode fazer algo maravilhoso.
O jovem riu e considerou:
- Sim, é claro. E a senhora quer que eu acredite nisso?
Mas a senhora não se perturbou e falou-lhe novamente:
- Venha comigo e eu lhe mostro.
O rapaz, um tanto desconfiado, resolveu acompanhá-la, afinal não tinha para onde ir...
Ela levou-o para seu pequeno cômodo e pediu-lhe que cuidasse do jardim. Era uma vida simples, mas aquela mulher o tratava com muito amor.
Pouco a pouco a revolta começou a ceder. A velhinha lhe deu sementes de rabanete e lhe pediu que semeasse. Ele atendeu.
Em dez dias as plantinhas brotaram. Jorge começou a assobiar. Poucos dias depois os rabanetes apareceram e com eles a velhinha fez conservas deliciosas e deu a seu jovem amigo.
Um dia, com um pedaço de bambu, ele fez uma flauta. Passou a tocar e alegrar sua própria vida e dar grande felicidade à velhinha...
Pouco tempo depois, sua avó adotiva o fez matricular-se no colégio. Durante os quatro anos do ginásio, continuou a plantar vegetais, e ajudava também fazendo artigos de couro.
Enquanto freqüentava a universidade à noite, Jorge ajudava nas obras do metrô. Formou-se e foi trabalhar numa escola para cegos.
Seus alunos tocavam com as mãos os ombros fortes e jovens de Jorge e diziam:
- Oh, você é tão grande, tão forte! É porque seu peito é largo que você tem fôlego para tocar a flauta, não é? Quando você toca, consigo entender a forma e as cores de uma porção de coisas.
Após ouvir aquelas coisas de seus alunos cegos, Jorge finalmente chegou em casa e falou à velhinha:
- Agora realmente acredito que há algo maravilhoso que só eu posso fazer.
E aquela senhora, de cabelos alvos respondeu:
- Sim, meu filho, todos nós temos uma razão para viver. Todos nascemos para uma tarefa muito especial que só nós podemos executar.
E, por fim, perguntou ao jovem:
- E se você não fosse negro e não fosse órfão, será que teria pena dos que não enxergam?
Se já pensou sobre isso e ainda não teve resposta, preste atenção na história que vamos contar.
Trata-se de uma velhinha que havia perdido toda sua família na guerra. Vendeu a grande casa que possuía e morava agora num pequeno cômodo no canto da sua antiga propriedade.
Um dia ela soube que um jovem de 17 anos tentara o suicídio jogando-se no mar.
O rapaz era metade negro, metade japonês, e fora salvo pela polícia contra sua vontade. Estava cheio de ódio, revolta e total desespero.
A velhinha foi à polícia e pediu permissão para ver o moço. Tendo em conta a pessoa que era, os policiais a deixaram falar com ele.
- Menino, disse ela. O rapaz voltou-lhe a face mas permaneceu sentado, feito pedra, indiferente a tudo e a todos.
A velhinha tornou a falar-lhe, suavemente, lentamente, e com muito carinho:
- Menino, então você não sabe que veio ao mundo para algo maravilhoso, que só você pode fazer?
Depois de ter repetido isso várias vezes, Jorge voltou-se subitamente para ela e perguntou com ironia:
- Um negro? Um filho que não tem pais?
Calmamente a velhinha insistiu:
- Porque é negro, porque não tem pais, é que pode fazer algo maravilhoso.
O jovem riu e considerou:
- Sim, é claro. E a senhora quer que eu acredite nisso?
Mas a senhora não se perturbou e falou-lhe novamente:
- Venha comigo e eu lhe mostro.
O rapaz, um tanto desconfiado, resolveu acompanhá-la, afinal não tinha para onde ir...
Ela levou-o para seu pequeno cômodo e pediu-lhe que cuidasse do jardim. Era uma vida simples, mas aquela mulher o tratava com muito amor.
Pouco a pouco a revolta começou a ceder. A velhinha lhe deu sementes de rabanete e lhe pediu que semeasse. Ele atendeu.
Em dez dias as plantinhas brotaram. Jorge começou a assobiar. Poucos dias depois os rabanetes apareceram e com eles a velhinha fez conservas deliciosas e deu a seu jovem amigo.
Um dia, com um pedaço de bambu, ele fez uma flauta. Passou a tocar e alegrar sua própria vida e dar grande felicidade à velhinha...
Pouco tempo depois, sua avó adotiva o fez matricular-se no colégio. Durante os quatro anos do ginásio, continuou a plantar vegetais, e ajudava também fazendo artigos de couro.
Enquanto freqüentava a universidade à noite, Jorge ajudava nas obras do metrô. Formou-se e foi trabalhar numa escola para cegos.
Seus alunos tocavam com as mãos os ombros fortes e jovens de Jorge e diziam:
- Oh, você é tão grande, tão forte! É porque seu peito é largo que você tem fôlego para tocar a flauta, não é? Quando você toca, consigo entender a forma e as cores de uma porção de coisas.
Após ouvir aquelas coisas de seus alunos cegos, Jorge finalmente chegou em casa e falou à velhinha:
- Agora realmente acredito que há algo maravilhoso que só eu posso fazer.
E aquela senhora, de cabelos alvos respondeu:
- Sim, meu filho, todos nós temos uma razão para viver. Todos nascemos para uma tarefa muito especial que só nós podemos executar.
E, por fim, perguntou ao jovem:
- E se você não fosse negro e não fosse órfão, será que teria pena dos que não enxergam?
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segunda-feira, 14 de julho de 2008

MINHA CAMINHADA
Sei que na minha caminhada tem um destino e uma direção, por isso devo medir meus passos, prestar atenção no que faço e no que fazem os que por mim também passam ou pelos quais passo eu...
Que eu não me iluda com o ânimo e o vigor dos primeiros trechos, porque chegará o dia em que os pés não terão tanta força e se ferirão no caminho e se cansarão mais cedo...
Todavia, quando o cansaço houver, que eu não me desespere e acredite que ainda terei forças para continuar, principalmente quando houver quem me auxilie...
É oportuno que, em meus sorrisos, eu me lembre de que existem os que choram, que, assim, meu riso não ofenda a mágoa dos que sofrem: por outro lado, quando chegar a minha vez de chorar, que eu não me deixe dominar pela desesperança, mas que eu entenda o sentido do sofrimento, que me nivela, que me iguala, que torna todos os homens iguais...
Quando eu tiver tudo, farnel e coragem, água no cantil, e ânimo no coração, bota nos pés e chapéu na cabeça, e, assim, não temer o vento e o frio, a chuva e o tempo.
Que eu não me considere melhor do que aqueles que ficarão atrás, porque pode vir o dia em que nada terei mais para minha jornada e aqueles, que ultrapassei na caminhada, me alcançarão e também poderão fazer como eu fiz e nada de fato fazer por mim, que ficarei no caminho sem concluí-lo...
Quando o dia brilhar, que eu tenha vontade de ver a noite em que a caminhada será mais fácil e mais amena; quando for noite, porém e a escuridão tornar mais difícil a chegada, que eu saiba esperar o dia como aurora, o calor como bênção...
Que eu perceba que a caminhada sozinho pode ser mais rápida, mas muito mais vazia...Quando eu tiver sede, que encontre a fonte no caminho, quando eu me perder, que ache a indicação, a seta, a direção...
Que eu não siga os que desviam, mas que ninguém se desvie seguindo os meus passos...Que a pressa em chegar não me afaste da alegria de ver as flores simples que estão a beira da estrada, que eu não perturbe a caminhada de ninguém, que eu entenda que seguir faz bem, mas que, às vezes, é preciso ter-se a bravura de voltar atrás e recomeçar e tomar outra direção...
Que eu não caminhe sem rumo, que eu não me perca nas encruzilhadas, mas que eu não tema os que assaltam-me, os que embuçam, mas que eu vá onde devo ir e, se eu cair no meio do caminho, que fique a lembrança de minha queda para impedir que outros caiam no mesmo abismo...
Que eu chegue, sim, mas, ainda mais importante, que eu faça chegar quem me perguntar, quem me pedir conselho, e acima de tudo, me seguir, confiando em mim !
Que eu não me iluda com o ânimo e o vigor dos primeiros trechos, porque chegará o dia em que os pés não terão tanta força e se ferirão no caminho e se cansarão mais cedo...
Todavia, quando o cansaço houver, que eu não me desespere e acredite que ainda terei forças para continuar, principalmente quando houver quem me auxilie...
É oportuno que, em meus sorrisos, eu me lembre de que existem os que choram, que, assim, meu riso não ofenda a mágoa dos que sofrem: por outro lado, quando chegar a minha vez de chorar, que eu não me deixe dominar pela desesperança, mas que eu entenda o sentido do sofrimento, que me nivela, que me iguala, que torna todos os homens iguais...
Quando eu tiver tudo, farnel e coragem, água no cantil, e ânimo no coração, bota nos pés e chapéu na cabeça, e, assim, não temer o vento e o frio, a chuva e o tempo.
Que eu não me considere melhor do que aqueles que ficarão atrás, porque pode vir o dia em que nada terei mais para minha jornada e aqueles, que ultrapassei na caminhada, me alcançarão e também poderão fazer como eu fiz e nada de fato fazer por mim, que ficarei no caminho sem concluí-lo...
Quando o dia brilhar, que eu tenha vontade de ver a noite em que a caminhada será mais fácil e mais amena; quando for noite, porém e a escuridão tornar mais difícil a chegada, que eu saiba esperar o dia como aurora, o calor como bênção...
Que eu perceba que a caminhada sozinho pode ser mais rápida, mas muito mais vazia...Quando eu tiver sede, que encontre a fonte no caminho, quando eu me perder, que ache a indicação, a seta, a direção...
Que eu não siga os que desviam, mas que ninguém se desvie seguindo os meus passos...Que a pressa em chegar não me afaste da alegria de ver as flores simples que estão a beira da estrada, que eu não perturbe a caminhada de ninguém, que eu entenda que seguir faz bem, mas que, às vezes, é preciso ter-se a bravura de voltar atrás e recomeçar e tomar outra direção...
Que eu não caminhe sem rumo, que eu não me perca nas encruzilhadas, mas que eu não tema os que assaltam-me, os que embuçam, mas que eu vá onde devo ir e, se eu cair no meio do caminho, que fique a lembrança de minha queda para impedir que outros caiam no mesmo abismo...
Que eu chegue, sim, mas, ainda mais importante, que eu faça chegar quem me perguntar, quem me pedir conselho, e acima de tudo, me seguir, confiando em mim !
O DIA EM QUE FINALMENTE CHOREI
Eu não chorei quando soube que era mãe de uma criança mentalmente limitada. Apenas me sentei e não disse qualquer coisa quando meu marido e eu fomos informados que Kristi era - como suspeitávamos - deficiente mental.
- Vá em frente e chore. - O médico aconselhou amavelmente - Ajuda a prevenir sérias dificuldades emocionais.
Apesar das sérias dificuldades, eu não chorei nem durante os meses que se seguiram.
Quando Kristi estava com idade para ir à escola, sete anos, nós a matriculamos no jardim de infância da escola de nossa vizinhança. Eu poderia ter chorado no dia em que a deixei naquela sala cheia de seguras, ansiosas e espertas crianças de cinco anos. Kristi passava horas e horas brincando sozinha, mas naquele momento, quando era a criança "diferente" entre outras vinte, estava provavelmente mais solitária do que nunca.
Entretanto, coisas positivas começaram a acontecer para Kristi em sua escola, e para seus coleguinhas, também. Quando se gabavam de suas próprias realizações, os coleguinhas de Kristi sempre tinham prazer de elogia-la também:
- Kristi conseguiu soletrar direito todas as suas palavras hoje.
No segundo ano de Kristi na escola, enfrentou uma experiência traumática. Uma apresentação pública, finalizando o ano, que tinha uma apresentação musical e uma competição de atividades físicas. Kristi estava muito atrás em ambos, música e coordenação motora.
No dia da apresentação, Kristi fingiu estar doente. Desesperadamente eu quis mante-la em casa. Por que deixar Kristi falhar em um ginásio cheio de pais, de estudantes e professores? Que simples solução seria apenas deixar minha criança em casa. Certamente faltar a uma apresentação não podia importar. Mas minha consciência não me deixava sair desta situação assim tão facilmente. Então, eu praticamente enfiei uma pálida e relutante Kristi dentro do ônibus escolar e eu mesma é que passei a estar doente. Mas como eu havia forçado minha filha a ir à escola, agora eu me forçava a ir à tal apresentação.
Parecia que nunca chegava a hora do grupo de Kristi se apresentar. Quando finalmente vieram, eu descobri porque Kristi estava preocupada. Sua turma foi dividida em equipes. Com suas reações débeis, lentas e desajeitadas, certamente atrasaria a sua equipe.
O desempenho foi surpreendentemente bom, até que chegou a hora da corrida de sacos. Agora cada criança tinha que entrar em um saco, ir pulando dentro do saco até uma linha, voltar e sair do saco.
Eu observei Kristi parada atrás de sua equipe, olhando nervosa. Mas quando chegou a vez de Kristi, o menino mais alto da turma foi para trás de Kristi e colocou suas mãos em sua cintura. Outros dois meninos se abaixaram ao seu lado. Então, o menino mais alto levantou Kristi e os outros dois ajeitaram o saco. Uma menina segurou a mão de Kristi e a apoiou até que Kristi ganhasse equilíbrio. E então, ela foi pulando, sorrindo e orgulhosa.
Diante da torcida, do apoio e do entusiasmo dos professores, dos estudantes e dos pais, eu agradeci à Deus por aquelas pessoas amáveis e compreensivas que tornaram possível que minha inabilitada filha fosse um ser humano como seus companheiros.
Então, finalmente eu chorei.
- Vá em frente e chore. - O médico aconselhou amavelmente - Ajuda a prevenir sérias dificuldades emocionais.
Apesar das sérias dificuldades, eu não chorei nem durante os meses que se seguiram.
Quando Kristi estava com idade para ir à escola, sete anos, nós a matriculamos no jardim de infância da escola de nossa vizinhança. Eu poderia ter chorado no dia em que a deixei naquela sala cheia de seguras, ansiosas e espertas crianças de cinco anos. Kristi passava horas e horas brincando sozinha, mas naquele momento, quando era a criança "diferente" entre outras vinte, estava provavelmente mais solitária do que nunca.
Entretanto, coisas positivas começaram a acontecer para Kristi em sua escola, e para seus coleguinhas, também. Quando se gabavam de suas próprias realizações, os coleguinhas de Kristi sempre tinham prazer de elogia-la também:
- Kristi conseguiu soletrar direito todas as suas palavras hoje.
No segundo ano de Kristi na escola, enfrentou uma experiência traumática. Uma apresentação pública, finalizando o ano, que tinha uma apresentação musical e uma competição de atividades físicas. Kristi estava muito atrás em ambos, música e coordenação motora.
No dia da apresentação, Kristi fingiu estar doente. Desesperadamente eu quis mante-la em casa. Por que deixar Kristi falhar em um ginásio cheio de pais, de estudantes e professores? Que simples solução seria apenas deixar minha criança em casa. Certamente faltar a uma apresentação não podia importar. Mas minha consciência não me deixava sair desta situação assim tão facilmente. Então, eu praticamente enfiei uma pálida e relutante Kristi dentro do ônibus escolar e eu mesma é que passei a estar doente. Mas como eu havia forçado minha filha a ir à escola, agora eu me forçava a ir à tal apresentação.
Parecia que nunca chegava a hora do grupo de Kristi se apresentar. Quando finalmente vieram, eu descobri porque Kristi estava preocupada. Sua turma foi dividida em equipes. Com suas reações débeis, lentas e desajeitadas, certamente atrasaria a sua equipe.
O desempenho foi surpreendentemente bom, até que chegou a hora da corrida de sacos. Agora cada criança tinha que entrar em um saco, ir pulando dentro do saco até uma linha, voltar e sair do saco.
Eu observei Kristi parada atrás de sua equipe, olhando nervosa. Mas quando chegou a vez de Kristi, o menino mais alto da turma foi para trás de Kristi e colocou suas mãos em sua cintura. Outros dois meninos se abaixaram ao seu lado. Então, o menino mais alto levantou Kristi e os outros dois ajeitaram o saco. Uma menina segurou a mão de Kristi e a apoiou até que Kristi ganhasse equilíbrio. E então, ela foi pulando, sorrindo e orgulhosa.
Diante da torcida, do apoio e do entusiasmo dos professores, dos estudantes e dos pais, eu agradeci à Deus por aquelas pessoas amáveis e compreensivas que tornaram possível que minha inabilitada filha fosse um ser humano como seus companheiros.
Então, finalmente eu chorei.
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sábado, 12 de julho de 2008

CINCO MINUTOS
No parque, uma mulher sentou-se ao lado de um homem em um banco perto do playground.
- Aquele, logo ali, é meu filho. Ela disse, apontando para um pequeno menino usando um suéter vermelho e que deslizava no escorregador.
- Um bonito garoto. O homem respondeu e completou, - aquela usando vestido branco, pedalando sua bicicleta, é minha filha.
Então, olhando o relógio, o homem chamou a sua filha.
- Melissa, o que você acha de irmos?
E Melissa suplicou
- Mais cinco minutos, pai. Por favor. Só mais cinco minutos.
O homem concordou e Melissa continuou pedalando sua bicicleta, para alegria de seu coração.
Os minutos se passaram e o pai levantou-se e novamente chamou sua filha.
- Hora de ir agora?
Outra vez Melissa pediu,
- Mais cinco minutos, pai. Só mais cinco minutos.
O homem sorriu e disse,
- Está certo!
- O senhor é certamente um pai muito paciente, - a mulher comentou.
O homem sorriu e disse,
- O irmão mais velho de Melissa, Tommy, foi morto por um motorista bêbado no ano passado quando montava sua bicicleta perto daqui. Eu nunca passei muito tempo com Tommy e agora eu daria qualquer coisa por apenas mais cinco minutos com ele. Eu me prometi não cometer o mesmo erro com Melissa. Ela acha que tem mais cinco minutos para andar de bicicleta. Na verdade, eu é que tenho mais cinco minutos para vê-la brincar.
Em tudo na vida estabelecemos prioridades; que são as suas prioridades?
Dê a alguém que você ama mais cinco minutos de seu tempo hoje!
- Aquele, logo ali, é meu filho. Ela disse, apontando para um pequeno menino usando um suéter vermelho e que deslizava no escorregador.
- Um bonito garoto. O homem respondeu e completou, - aquela usando vestido branco, pedalando sua bicicleta, é minha filha.
Então, olhando o relógio, o homem chamou a sua filha.
- Melissa, o que você acha de irmos?
E Melissa suplicou
- Mais cinco minutos, pai. Por favor. Só mais cinco minutos.
O homem concordou e Melissa continuou pedalando sua bicicleta, para alegria de seu coração.
Os minutos se passaram e o pai levantou-se e novamente chamou sua filha.
- Hora de ir agora?
Outra vez Melissa pediu,
- Mais cinco minutos, pai. Só mais cinco minutos.
O homem sorriu e disse,
- Está certo!
- O senhor é certamente um pai muito paciente, - a mulher comentou.
O homem sorriu e disse,
- O irmão mais velho de Melissa, Tommy, foi morto por um motorista bêbado no ano passado quando montava sua bicicleta perto daqui. Eu nunca passei muito tempo com Tommy e agora eu daria qualquer coisa por apenas mais cinco minutos com ele. Eu me prometi não cometer o mesmo erro com Melissa. Ela acha que tem mais cinco minutos para andar de bicicleta. Na verdade, eu é que tenho mais cinco minutos para vê-la brincar.
Em tudo na vida estabelecemos prioridades; que são as suas prioridades?
Dê a alguém que você ama mais cinco minutos de seu tempo hoje!
Road Trippin' (Tradução) -Red Hot Chili Peppers
viagem alucinante com meus dois aliados favoritos
Bem carregados nós conseguimos lanches e material.
É hora de deixar esta cidade
É hora de retirar-se às escondidas
Vamos nos perder
Em qualquer lugar nos E.U.A
Vamos nos perder
Vamos nos perder
Azul você se senta tão bonito
Oeste de um
Clarões de luz com amarelo gelando
Só um espelho para o sol
Só um espelho para o sol
ó um espelho para o sol
Estes olhos sorridentes são só
um espelho para
Tanto como vem antes
daquelas batalhas perdidas e ganhas
Esta vida está brilhando muito mais ao sol
Agora vamos cheque nossas cabeças
E vamos conferindo a rebentação
Ficando no alto e seco
Mais dificuldade que ele vale a pena
Ao sol . .
Só um espelho para o sol
Só um espelho para o sol
Só um espelho para o sol
Estes olhos sorridentes são só um espelho para
No Big Grande Sur
nós tomamos algum tempo
para deixar rolar
Nós três obtivemos dedos de cobra
Agora vamos beber as estrelas
que é hora de retirar-se às escondidas
Vamos nos perder
Aqui mesmo nos E.U.A
Azul você se senta tão bonito
Clarões de luz com amarelo gelando
Só um espelho para o sol
Só um espelho para o sol
Só um espelho para o sol
Estes olhos sorridentes são como espelhos
Estes olhos sorridentes são como espelhos
Seus olhos sorridentes são como ...
Bem carregados nós conseguimos lanches e material.
É hora de deixar esta cidade
É hora de retirar-se às escondidas
Vamos nos perder
Em qualquer lugar nos E.U.A
Vamos nos perder
Vamos nos perder
Azul você se senta tão bonito
Oeste de um
Clarões de luz com amarelo gelando
Só um espelho para o sol
Só um espelho para o sol
ó um espelho para o sol
Estes olhos sorridentes são só
um espelho para
Tanto como vem antes
daquelas batalhas perdidas e ganhas
Esta vida está brilhando muito mais ao sol
Agora vamos cheque nossas cabeças
E vamos conferindo a rebentação
Ficando no alto e seco
Mais dificuldade que ele vale a pena
Ao sol . .
Só um espelho para o sol
Só um espelho para o sol
Só um espelho para o sol
Estes olhos sorridentes são só um espelho para
No Big Grande Sur
nós tomamos algum tempo
para deixar rolar
Nós três obtivemos dedos de cobra
Agora vamos beber as estrelas
que é hora de retirar-se às escondidas
Vamos nos perder
Aqui mesmo nos E.U.A
Azul você se senta tão bonito
Clarões de luz com amarelo gelando
Só um espelho para o sol
Só um espelho para o sol
Só um espelho para o sol
Estes olhos sorridentes são como espelhos
Estes olhos sorridentes são como espelhos
Seus olhos sorridentes são como ...
O coração morto
Hoje, noticiaram uma coisa deveras interessante: Morreu um coração! O seu dono permaneceu em pé, mas o coração simplesmente morreu. Intrigando legistas, cardiologistas e toda uma junta médica, um homem foi se examinar.
O coração parecia normal. Sem câncer, entupimento, mancha ou ventrículo trocado. Ele simplesmente parou. Foram feitos uma bateria enorme de exames, todos os dias, durantes meses, com todos fluídos possíveis e imagináveis do corpo humano. Depois de muito tentar a junta médica — de todos especialistas renomados do mundo- deixou o peito aberto, o coração exposto ao vento e perigos de infecção. Entretanto, não importava, já que havia morrido.
Depois de muito procurar ajuda — psicanálise homeopatia cirurgia cardiovascular desfibrilador macumba despacho Exu Ogum Diana Hércules Prozac e Lamivudina — o dono desse coração resolveu deixá-lo aberto à exposição, e tornou-se peça de um museu de horrores — pois era um corpo com fluxo normal e coração parado.
Pessoas vinham de todo canto do mundo, cada uma contendo a explicação e ninguém conseguia fazer aquele coração voltar. Vieram Pajens, Xamãs, o Papa, Inri Cristo, David Cooperfield, Blaine, magos com seus raios, trovões e poções! E nada disso acordava o empedrado coração.
Um dia, uma mulher quis tocá-lo. Uma pobre camponesa do Quênia, que havia vindo com seu Xamã pai, intercedeu pelo coração com um toque de indicador. O coração pareceu ter uma gota de cor diferente daquela cinzenta. Intrigado com a mudança, todos os que haviam passado pelo local, e o próprio dono que já adormecera há tempos, viraram sua atenção para a gota: ela parecia se expandir e começou a cobrir a superfície daquela pobre pedra, que um dia batera.
Aquela gota começou a expandir e buscar laterais, superfícies. Médicos do mundo inteiro correram para o local, intrigados com aquela melhora. Realizaram todos os procedimentos para a melhora do homem, e ficaram a segurar a pobre camponesa com suas mil perguntas, exames, máscaras anti-germes, lenços desinfetados e todas as armadilhas da ciência moderna.
Depois de estabilizado, saudável e caminhando, o homem que viveu no perjúrio da frieza encontrou com quem lhe devolveu a vida: ela estava numa sala para estudos, com tubos, sondas, agulhas, soníferos e todo tipo de relaxante. Ao vê-la, o homem começou a chorar, e não sabia o que fazer além de perguntar o que havia ocorrido.
Muito fraca, a pobre camponesa simplesmente respondeu: “Eu o amei! Por um segundo infinito, amei sua dureza.” E depois disso, dormiu. Um sono eterno, coberto com um manto branco.
Na lápide, a família da camponesa colocou: “A que ressuscitou um coração.”, e o homem — que já havia partido para os confins do mundo — escreveu embaixo “E sou grato por isso”.
O coração parecia normal. Sem câncer, entupimento, mancha ou ventrículo trocado. Ele simplesmente parou. Foram feitos uma bateria enorme de exames, todos os dias, durantes meses, com todos fluídos possíveis e imagináveis do corpo humano. Depois de muito tentar a junta médica — de todos especialistas renomados do mundo- deixou o peito aberto, o coração exposto ao vento e perigos de infecção. Entretanto, não importava, já que havia morrido.
Depois de muito procurar ajuda — psicanálise homeopatia cirurgia cardiovascular desfibrilador macumba despacho Exu Ogum Diana Hércules Prozac e Lamivudina — o dono desse coração resolveu deixá-lo aberto à exposição, e tornou-se peça de um museu de horrores — pois era um corpo com fluxo normal e coração parado.
Pessoas vinham de todo canto do mundo, cada uma contendo a explicação e ninguém conseguia fazer aquele coração voltar. Vieram Pajens, Xamãs, o Papa, Inri Cristo, David Cooperfield, Blaine, magos com seus raios, trovões e poções! E nada disso acordava o empedrado coração.
Um dia, uma mulher quis tocá-lo. Uma pobre camponesa do Quênia, que havia vindo com seu Xamã pai, intercedeu pelo coração com um toque de indicador. O coração pareceu ter uma gota de cor diferente daquela cinzenta. Intrigado com a mudança, todos os que haviam passado pelo local, e o próprio dono que já adormecera há tempos, viraram sua atenção para a gota: ela parecia se expandir e começou a cobrir a superfície daquela pobre pedra, que um dia batera.
Aquela gota começou a expandir e buscar laterais, superfícies. Médicos do mundo inteiro correram para o local, intrigados com aquela melhora. Realizaram todos os procedimentos para a melhora do homem, e ficaram a segurar a pobre camponesa com suas mil perguntas, exames, máscaras anti-germes, lenços desinfetados e todas as armadilhas da ciência moderna.
Depois de estabilizado, saudável e caminhando, o homem que viveu no perjúrio da frieza encontrou com quem lhe devolveu a vida: ela estava numa sala para estudos, com tubos, sondas, agulhas, soníferos e todo tipo de relaxante. Ao vê-la, o homem começou a chorar, e não sabia o que fazer além de perguntar o que havia ocorrido.
Muito fraca, a pobre camponesa simplesmente respondeu: “Eu o amei! Por um segundo infinito, amei sua dureza.” E depois disso, dormiu. Um sono eterno, coberto com um manto branco.
Na lápide, a família da camponesa colocou: “A que ressuscitou um coração.”, e o homem — que já havia partido para os confins do mundo — escreveu embaixo “E sou grato por isso”.
(Fabio Bocchi)
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quinta-feira, 10 de julho de 2008

APRENDI
Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto. Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las. Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos. Que posso usar meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando. Eu aprendi... Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida. Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho. Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei. Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles. Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem. Aprendi que perdoar exige muita prática. Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso. Aprendi... Que nos momentos mais difíceis a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas. Aprendi que posso ficar furioso, tenho direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel. Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso. Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, que eu tenho que me acostumar com isso. Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro. Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso. Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto. Aprendi que numa briga eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver. Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem. Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida. Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes. Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio. Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério. E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos. Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre. Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.
(Charles Chaplin)
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terça-feira, 8 de julho de 2008

Crônica do Amor
Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
(Arnaldo Jabor)
Há pessoas do sim e do não.
Há pessoas do sim e do não.
Pessoas do não são aquelas para que nada é possível.
Pessoas do não são as que estão acostumadas a dizer que nada dá certo.
Pessoas do não são azedas, amargas, vivem com uma nuvem negra sobre suas cabeças.
Pessoas do não são as que não têm tempo para nada.São ocupadíssimas e nada fazem.
Pessoas do não são as que vivem isoladas e dizem que estão cumprindo seu dever, que é fazer críticas fáceis, esquivar-se de colaborar.
Pessoas do não são aquelas com as quais não temos prazer em conviver.
Mas há também, pessoas do sim.
Pessoas do sim são aquelas as quais tudo é possível, desde que se tente com vontade.
Pessoas do sim são as que acreditam, em princípio, que todas as pessoas são boas e capazes, até que seja provado o contrário.
Pessoas do sim são as que estão sempre prontas a colaborar, a testar idéias, a comprometer o seu tempo com um novo projeto, a tudo fazer para que as coisas aconteçam.
Pessoas do sim são pessoas entusiasmadas com o que fazem, com o que são, com as possibilidades de fazer as coisas de forma diferente.
Pessoas do sim são as bem-humoradas, as de sorriso pronto, aquelas com as quais temos prazer em conviver, conversar, trocar idéias.
Pessoas do sim são as que fazem tudo e ainda encontram tempo para colaborar, participar e ajudar…
Pessoas do não são aquelas para que nada é possível.
Pessoas do não são as que estão acostumadas a dizer que nada dá certo.
Pessoas do não são azedas, amargas, vivem com uma nuvem negra sobre suas cabeças.
Pessoas do não são as que não têm tempo para nada.São ocupadíssimas e nada fazem.
Pessoas do não são as que vivem isoladas e dizem que estão cumprindo seu dever, que é fazer críticas fáceis, esquivar-se de colaborar.
Pessoas do não são aquelas com as quais não temos prazer em conviver.
Mas há também, pessoas do sim.
Pessoas do sim são aquelas as quais tudo é possível, desde que se tente com vontade.
Pessoas do sim são as que acreditam, em princípio, que todas as pessoas são boas e capazes, até que seja provado o contrário.
Pessoas do sim são as que estão sempre prontas a colaborar, a testar idéias, a comprometer o seu tempo com um novo projeto, a tudo fazer para que as coisas aconteçam.
Pessoas do sim são pessoas entusiasmadas com o que fazem, com o que são, com as possibilidades de fazer as coisas de forma diferente.
Pessoas do sim são as bem-humoradas, as de sorriso pronto, aquelas com as quais temos prazer em conviver, conversar, trocar idéias.
Pessoas do sim são as que fazem tudo e ainda encontram tempo para colaborar, participar e ajudar…
Termômetro do amor
Será que é possível medir o amor? Descobrir sua intensidade, sua amplitude e seus limites? Quem não gostaria de saber e tomar consciência de quanto amor temos a oferecer, de quanto temos a receber e de quanto estamos dispostos a aceitar? Não são perguntas fáceis de responder, principalmente porque o amor não é um fenômeno físico, matemático ou quântico, mas temos alguns meios para descobrirmos aquilo que parece ser incomensurável.
Quando nos relacionamos com alguém, investimos nossos sentimentos, nossos sonhos e nossas expectativas na pessoa que amamos, mas também oferecemos nosso comprometimento, nossa dedicação e nossa atenção que, salpicados de muitas outras atitudes, retribuições e cessões, fazem nascer em nossos corações aquilo que imaginamos que seja o amor.
Mas para sabermos da medida do amor, não nos valerá a tentativa de utilizarmos o próprio amor como medida de si mesmo, porque ele é volátil, abstrato e imponderável.
A medida que poderemos nos valer para descobrirmos isso é a tolerância.
A tolerância não é a simples aptidão de aceitar ou de transigir. A tolerância é a expressão física e psicológica dos nossos limites mais íntimos, é a amplitude daquilo que somos capazes de fazer, de deixar fazer ou de ultrapassar. A tolerância é o cume, o ápice da nossa personalidade.Ninguém ultrapassa seus próprios limites, mas isso só é possível saber quando a tolerância seja vencida pela intolerância.
Então, o que é tolerável? A traição é tolerável? A deslealdade é tolerável? A ofensa é tolerável? A violência é tolerável? O desrespeito é tolerável? Depende. A tolerância varia de pessoa a pessoa, segundo uma série de valores, de sentimentos, de códigos de conduta e de comportamentos. O que é tolerável a mim pode não ser ao outro e vice-versa.
Mas, o que o amor tem com isso? A tolerância pode ser o termômetro do amor porque quem ama tolera, quem ama aceita, quem ama transige, quem ama cede, quem ama doa, quem ama perdoa, quem ama é capaz de ultrapassar até mesmo aquela série de barreiras morais e sociais que nos são apresentadas como invencíveis.
O amor tem a medida da tolerância. Sabemos de quanto amor sentimos enquanto toleramos.
Quando a tolerância passa a ser intolerância, é sinal de que o amor chegou ao fim. Não o fim do sentimento em si, mas sim o fim da quantidade que dele usufruímos e sentimos.Livres e conscientes somos capazes de afirmar que não aceitamos a traição. Às vezes é verdade, mas muitas vezes temos um amor tão grande, tão intenso e tão forte pela outra pessoa que somos capazes de sublimar e abstrair a traição porque nosso amor ainda é o suficiente para tolerar aquilo.
Quando perdoamos alguém estamos manifestando nossa tolerância e, muitas vezes sem saber, estamos atestando nosso amor.Amamos até o ponto que toleramos. Esse limite é físico e psicológico. Ninguém faz aquilo que seu corpo, verdadeiramente, não suporta fazer. Claro que estamos considerando à exceção, aquelas situações de constrangimentos físico e moral insuperáveis, porque essas não são representativas da nossa vontade. Mas, ao contrário da exceção, nosso corpo, nossas reações e nossas atitudes são as melhores, senão as únicas demonstrações daquilo que somos capazes de tolerar em nome do amor ou até mesmo em nome de outros sentimentos.
Entre um casal tantas são as experiências possíveis, mas vamos imaginar que um dos parceiros, após uma séria discussão, perdeu a razão e partiu para a violência física contra o outro. Será que um amor é capaz de tolerar uma violência? Para a maioria de nós não, mas para aqueles que amam, talvez. E isso só será possível saber se observarmos a reação e a atitude concreta daquele que sofreu a violência. Quer dizer, se ele continuar ao lado do outro ainda que sob o peso da angústia, do medo e da sujeição, mas ainda assim, manter o relacionamento, então podemos saber que a tolerância dessa pessoa ainda não alcançou o seu limite e portanto o amor ainda é capaz, pasmem, de aceitar até mesmo aquela situação de violência.
Mas não é só a violência que submete o amor aos testes da tolerância, todas as outras situações e atitudes que contrariem aquilo que consideramos como razoável e aceitável segundo os critérios morais, sociais e culturais de cada um, todas elas podem servir de exemplo.
E qual a vantagem de saber sobre o quanto de amor nós sentimos ou recebemos? A vantagem é que assim podemos ficar conscientes sobre os nossos sentimentos, podemos compreender nossas atitudes, podemos aceitar nossas decisões e podemos ficar em paz com nossa vida e com as pessoas com quem nos relacionamos, porque, enfim, conheceremos a medida do nosso amor e o que ele é capaz de realizar.
(Por Michel Cutait)
A Pessoa Errada
Pensando bem em tudo o que a gente vê e vivencia
e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho!
Chega na hora certa, fala as coisas certas,
faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor...
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
que é pra na hora que vocês se encontrarem
a entrega ser muito mais verdadeira.
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.
Essa pessoa vai tirar seu sono.
Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão.
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você.
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo,
porque a vida não é certa.
Nada aqui é certo!
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo,
querendo,conseguindo...
E só assim, é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo"
Quando na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra
gente...
e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho!
Chega na hora certa, fala as coisas certas,
faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor...
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
que é pra na hora que vocês se encontrarem
a entrega ser muito mais verdadeira.
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.
Essa pessoa vai tirar seu sono.
Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão.
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você.
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo,
porque a vida não é certa.
Nada aqui é certo!
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo,
querendo,conseguindo...
E só assim, é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo"
Quando na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra
gente...
[Luis fernando veríssimo]
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sexta-feira, 4 de julho de 2008

APRENDA A CALAR...

As pessoas ansiosas por se fazer ouvir, falam cada vez mais alto, como se isso bastasse para que os outros as escutassem.
Em restaurantes, shoppings, filas, salas de espera, salões de beleza, aeroportos, se ouvem os falatórios. E, para aumentar o ruído, em alguns lugares tem um som ambiente mais alto ainda...
E, quando não se tem alguém para falar, o celular serve. A pessoa faz uma ligação e se esquece de que está dividindo o ambiente com outros indivíduos, que não estão interessados no seu assunto.
É impressionante como as pessoas falam muito, e falam alto...
Além de ser um grande desrespeito aos ouvidos alheios, essa gritaria torna impossível um diálogo entre pessoas de voz moderada, nesses ambientes comuns.
Mas não é só a falta de silêncio exterior que assola muitas pessoas hoje em dia. É também a falta de silêncio interior.
Poucos indivíduos ouvem a própria voz e analisam seus pensamentos antes de exteriorizá-los.
O hábito de meditar antes de expor uma opinião ou um julgamento, é muito pouco cultivado em nossa sociedade.
E isso tem sido motivo de desarmonia e intrigas, de mal-entendidos e hostilidades.
Saber calar, saber ouvir, ser senhor de suas palavras e de seus sentimentos é um desafio que merece ser pensado.
Talvez, foi por ter percebido essa necessidade em nosso meio, que um Espírito amigo nos trouxe a seguinte mensagem:
Aprenda a silenciar a palavra que sai gritada de seus lábios, ferindo a sensibilidade alheia e lhe deixando à mercê das companhias inferiores.
Aprenda a calar...
Aprenda a silenciar a palavra suave, mas cheia de ironia, que sai de sua boca ridicularizando, humilhando a quem se dirige e que lhe intoxica, provocando a dor de estômago, as náuseas ou a enxaqueca.
Aprenda a calar...
Aprenda a silenciar o murmúrio que sai entre dentes, destilando raiva e rancor e atingindo o alvo, que fere como punhal, ao tempo que lhe fragiliza a ponto de não se reconhecer, de se assustar consigo mesmo.
Aprenda a calar...
Aprenda a calar o pensamento cruel que lhe passa na mente e que, por invigilância, nele você se detém mais do que deveria. Você se assustaria se pudesse ver sua máscara espiritual distorcida.
Aprenda a calar...
Aprenda a calar o julgamento que extrapola o que vê e o que sabe, levando-o a conjeturar sobre o outro, o que não sabe e não viu, plasmando idéias infelizes que são aproveitadas pelos opositores daquele que é julgado.
Aprenda a calar...
Aprenda a calar todo e qualquer sentimento indigno, zelando pelas nascentes do seu coração, para que não macule e não seja maculado.
Aprenda a vigiar os sentimentos para que cada dia, mais atento e vigilante, saia da esfera mesquinha a que se aprisiona voluntariamente, e possa alçar vôos mais altos e sublimes.
Aprenda a calar...
E, enquanto não consegue deixar de gritar, falar, murmurar, pensar cruelmente e julgar, insista em orar nesses momentos. Nem que as frases lhe pareçam desconexas e vazias de sentimento.
Insista na oração até que, um dia, orará não com palavras nem pensamentos, mas será sentimento por inteiro, amor, amor puro e verdadeiro em ação, dinâmico, envolvendo os outros e a si mesmo, verdadeiro discípulo que conseguirá ser.
Aprenda, definitivamente, a calar
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quarta-feira, 2 de julho de 2008

COMO FAZER ALGUÉM FELIZ
Aquele professor era diferente de todos os demais. Os deveres de casa que ele passava eram sempre surpreendentes. Criativos.
Enquanto os outros professores nos mandavam responder perguntas ao final do capítulo ou solucionar os problemas de números tal a tal, ele tinha tarefas bem diversas para nossa classe.
Naquela quinta feira ele falou a respeito do comportamento como um meio de comunicação.
“Nossos atos falam mais do que as palavras. O que as pessoas fazem nos diz algo sobre o que estão sentindo”, afirmou.
“Agora, como dever de casa, vejam se conseguem mudar uma pessoa, massageando o ego dela o bastante. Tanto que vocês percebam uma mudança em seu comportamento. Na próxima aula, vocês relatarão seus resultados.”
Quando cheguei em casa, naquela tarde, olhei para minha mãe e vi que ela estava sentindo muita pena de si mesma. Os cabelos lhe caíam sobre o rosto. A voz parecia um lamento. Enquanto preparava o jantar, ela ficou suspirando.
Quando cheguei, não falou comigo. E assim eu também não falei com ela.
O jantar foi triste. Papai estava sem vontade para falar. Foi aí que decidi colocar em ação o dever de casa.
“Mãe, sabe aquela peça que o clube de artes dramáticas da universidade está encenando? Por que você e papai não vão assisti-la hoje à noite?”
“Esta noite não dá”, disse logo meu pai. “tenho uma reunião importante.”
“Naturalmente”, foi a resposta seca de minha mãe.
“Bem, por que não vai comigo?” – quando acabei de formular a pergunta, me arrependi. Imagine: um rapaz do segundo grau sair à noite com sua mãe. Mas agora não havia mais conserto.
Ela perguntou toda animada:
“De verdade? Rapazes não costumam sair com as mães.”
Eu engoli em seco antes de tornar a falar: “não existe nenhuma lei dizendo que a gente não pode sair com a mãe. Vá se arrumar.”
Ela carregou uns pratos até a pia. Seus passos estavam mais leves, em vez de arrastados.
Papai e eu lavamos a louça e ele comentou o quanto eu era um filho atencioso e gentil.
Deprimido, eu pensei :”tudo por causa da aula de psicologia.”
Mamãe voltou para a cozinha, mais tarde, parecendo cinco anos mais nova.
Parecendo não acreditar no que estava acontecendo, ela insistiu: “você tem certeza de que não vai sair com ninguém esta noite?”
“Agora eu vou. Vamos nessa!”
A noite não foi tão desagradável como eu pensara. A maioria dos meus amigos certamente fez algo de mais empolgante naquela noite do que assistir uma peça de teatro.
Ao final da noite, minha mãe estava genuinamente feliz. E eu próprio, bastante satisfeito.
Acabei me dando superbem no dever de casa. E aprendi um bocado sobre como fazer alguém feliz.
Pode ser que você não tenha dever de psicologia para fazer em casa. Pode ser que você nem esteja estudando. Não importa.
Na universidade da vida, o curso não acaba nunca. Sempre é tempo de aprender e exercitar. Por isso, tente hoje, fazer alguém feliz.
Pode ser seu filho, sua esposa, sua mãe. Que tal um amigo, um irmão?
Simplesmente alguém que transite em seu caminho. Observe, ofereça seu tempo, sua companhia. Faça um comentário gentil. Abrace, beije, converse. Proponha um passeio. Um programa diferente.
E descubra como é bom fazer alguém feliz.
Enquanto os outros professores nos mandavam responder perguntas ao final do capítulo ou solucionar os problemas de números tal a tal, ele tinha tarefas bem diversas para nossa classe.
Naquela quinta feira ele falou a respeito do comportamento como um meio de comunicação.
“Nossos atos falam mais do que as palavras. O que as pessoas fazem nos diz algo sobre o que estão sentindo”, afirmou.
“Agora, como dever de casa, vejam se conseguem mudar uma pessoa, massageando o ego dela o bastante. Tanto que vocês percebam uma mudança em seu comportamento. Na próxima aula, vocês relatarão seus resultados.”
Quando cheguei em casa, naquela tarde, olhei para minha mãe e vi que ela estava sentindo muita pena de si mesma. Os cabelos lhe caíam sobre o rosto. A voz parecia um lamento. Enquanto preparava o jantar, ela ficou suspirando.
Quando cheguei, não falou comigo. E assim eu também não falei com ela.
O jantar foi triste. Papai estava sem vontade para falar. Foi aí que decidi colocar em ação o dever de casa.
“Mãe, sabe aquela peça que o clube de artes dramáticas da universidade está encenando? Por que você e papai não vão assisti-la hoje à noite?”
“Esta noite não dá”, disse logo meu pai. “tenho uma reunião importante.”
“Naturalmente”, foi a resposta seca de minha mãe.
“Bem, por que não vai comigo?” – quando acabei de formular a pergunta, me arrependi. Imagine: um rapaz do segundo grau sair à noite com sua mãe. Mas agora não havia mais conserto.
Ela perguntou toda animada:
“De verdade? Rapazes não costumam sair com as mães.”
Eu engoli em seco antes de tornar a falar: “não existe nenhuma lei dizendo que a gente não pode sair com a mãe. Vá se arrumar.”
Ela carregou uns pratos até a pia. Seus passos estavam mais leves, em vez de arrastados.
Papai e eu lavamos a louça e ele comentou o quanto eu era um filho atencioso e gentil.
Deprimido, eu pensei :”tudo por causa da aula de psicologia.”
Mamãe voltou para a cozinha, mais tarde, parecendo cinco anos mais nova.
Parecendo não acreditar no que estava acontecendo, ela insistiu: “você tem certeza de que não vai sair com ninguém esta noite?”
“Agora eu vou. Vamos nessa!”
A noite não foi tão desagradável como eu pensara. A maioria dos meus amigos certamente fez algo de mais empolgante naquela noite do que assistir uma peça de teatro.
Ao final da noite, minha mãe estava genuinamente feliz. E eu próprio, bastante satisfeito.
Acabei me dando superbem no dever de casa. E aprendi um bocado sobre como fazer alguém feliz.
Pode ser que você não tenha dever de psicologia para fazer em casa. Pode ser que você nem esteja estudando. Não importa.
Na universidade da vida, o curso não acaba nunca. Sempre é tempo de aprender e exercitar. Por isso, tente hoje, fazer alguém feliz.
Pode ser seu filho, sua esposa, sua mãe. Que tal um amigo, um irmão?
Simplesmente alguém que transite em seu caminho. Observe, ofereça seu tempo, sua companhia. Faça um comentário gentil. Abrace, beije, converse. Proponha um passeio. Um programa diferente.
E descubra como é bom fazer alguém feliz.
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terça-feira, 1 de julho de 2008

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